Silencio

Hoje... não falo mais,

Minha língua já disse tanto,

O que eu não queria dizer

Minhas mãos são silencio da boca

Meus pensamentos, cruzes da carne,

O coração, desespero da alma,

A doçura, morte dos poemas

Que a noite congelou na eternidade

A insônia alinha-se no horizonte,

Nas ruas, casas e pontes,

O ar sufoca os muros da mente,

A tarde forma um lago de inocência.

Os versos brotam pelas fendas,

Pende a mão escriba,

Enquanto dormem os poetas.