VOLÚPIAS
Olhei
na cabeleira do palhaço
e vi a serpente ornada
na coroa de rubi
A minha alma sangra
volúpias que descabem em mim
e hoje tristezas
não chegam ao fim
Eu mexo na estrela
e divido o céu em mil
bola e corrente falam
porque o destino partiu
A lua ladra
memórias luminosas
bruxoleia a fada
vergonhas só nossas
Olhei ao redor
e só havia estátuas
entendi melhor
estou só e sem guarda
Cabe em mim apenas
a noite extensa
e a solidão que dói
resta em mim a duras penas
o capote do viajante
e o chapéu da escuridão
eterno é na minha alma
mostrar que um dia passou você
e o sonho abriu jardim