NO ÚLTIMO ATO

Clara da Costa

Certas coisas

são como uma triste cena de teatro...

Fecham-se as cortinas,

ficamos mudos,

absortos

silenciosos

sem saber o que dizer,

no final do ato.

Diante das loucuras da razão nesse jogo teatral do destino,

fantasias dissolvem-se no ar,

balbuciamos filosofias tolas

pensamentos explodem como ondas no mar

sonhos se perdem como folhas ao vento

a palavra cai na folha em branco...

Certas coisas

deixam um resto de riso no ar...

sorrimos,

gargalhamos

tentando ignorar nossas sandices.

Pensamos nesse amor cheio de metáforas,

silêncios e sonhos,

sem abrigo, sem refúgio, nem calma.

Um amor descompassado de ilusão,

que esconde sentimentos cantados no silêncio

enquanto apenas ouvimos ao longe,

o farfalhar da cortina que se fecha...

no último ato.

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Clara da Costa
Enviado por Clara da Costa em 10/08/2012
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