NO ÚLTIMO ATO
Clara da Costa
Certas coisas
são como uma triste cena de teatro...
Fecham-se as cortinas,
ficamos mudos,
absortos
silenciosos
sem saber o que dizer,
no final do ato.
Diante das loucuras da razão nesse jogo teatral do destino,
fantasias dissolvem-se no ar,
balbuciamos filosofias tolas
pensamentos explodem como ondas no mar
sonhos se perdem como folhas ao vento
a palavra cai na folha em branco...
Certas coisas
deixam um resto de riso no ar...
sorrimos,
gargalhamos
tentando ignorar nossas sandices.
Pensamos nesse amor cheio de metáforas,
silêncios e sonhos,
sem abrigo, sem refúgio, nem calma.
Um amor descompassado de ilusão,
que esconde sentimentos cantados no silêncio
enquanto apenas ouvimos ao longe,
o farfalhar da cortina que se fecha...
no último ato.
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