PERDER-TE
Ontem tive saudades
Hoje reconheço a impotência da razão
Pela lógica intrínseca de pueris adjetivos
Desconhecedor que sou de tuas vertentes
Pela anunciação premonitória do tempo
Sei não haver atrofia em minhas sensações
E tenho ojeriza ao estóico adeus da ausência
Centrada no prolífico habitat das ilusões
Pela congeminência germinada no instinto
Que singra os mares evanescentes do supérfluo
Centro da prolixidade de discursos natimortos
Embevecidos pelo sofismo das reminiscências
Onde coabitam o epígono de modernidades mutantes
Mesmo onde o isomorfismo nos una indissoluvelmente
Percebo estar lasso e dessincronizado nossos tempos
Mesmo não sendo o prócere de teu íntimo reino
Nem tampouco desejo um solilóquio sobre nós
Quero fugir desse medo que me emula constantemente
Auscultando o que tens a dizer a respeito desse meu medo
Para unir nosso cognoscente e cognoscível expressamente
Fazendo com que desfaça no ar esse meu pesadelo coruscante
E essa agônica sensação de um dia não ter você em plenitude
Pois hoje sou forjado e moldado nos céus de teus vastos encantos
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