NUNCA MAIS

No desencontro resgato você

o espelho é um lado só

eu sei

a lua cheia pinga sangue

grito cacos da alma,

dançando no horizonte

lobisomens aplaudem

porque o anjo é uma cigarra

incendiando pelo sussurro

o que resta da noite

o viajante chegou das lendas do norte

minhas veias descaminham ambiguidades

o que resta acontecer

o coringa sabe

nesta guerra

-inútil!

é o general

quando apenas a cara de pau

e o argumento do sonho

mantém acesa a chama da vela

da promesa

p'ra que exista ainda uma esperança

é preciso que você saiba

eu não durmo

porque você ensinou

tantos encantamentos aos meus olhos

nunca mais deixei de sonhar

nunca mais soprada a magia

para que fosse noite

nunca mais a tristeza,

nunca, nunca, nunca mais

nunca ouvi no som da sua boca

o meu nome, nunca mais