Eclipse de Amor
Um silêncio absurdo
Instaura-se umedecendo meu birô,
Meus lamentos mais efêmeros,
Os mesmos que ganham o entardecer
Levando à noite o vinho de poetar!
Anunciado pelo clero dos astrônomos
Uma grande lua se expõe sobre o sol,
Como a poesia tatuando em beijos o poema
De amor, de paixão, de etéreos mergulhos
Pelos poros da linguagem do sentir!
Instigado por um momento de solidão
Aconchego-me aos mistérios do outrem,
Migrando do ventre, do colo mais que gentil
Aceso em lamúrias belas, quiçá do seio
Dourado de trigo, prateado de rimas idílicas!
Num brinde ao íntimo
Arrebato de cada veio um cristal
Que mensura a pele, o pólen do beija-flor
Bebido em versos, quero reversos, rezo,
Por um xale, seda marfim para desnudar!
05/08/2012
Porto Alegre - RS