QUANDO O AMOR DESFARRAPA, DESABANDONA.

O amor desfarrapa, descaleja,

desamedronta, desdoi, desmachuca,

desentristrece, desmelancoliza,

descoleriza, desderrapa.

Coloca as vértebras da alma no eixo,

faz cores berrar, faz o vento rever seu rumo,

faz o prumo rever seu prumo.

O amor desdestoa, desenferruja, desrasga,

desabandona, dessufoca,

desangustia, desdecarrilha,

desfede, desvomita, desdispersa,

engata os dias numa desavalanche.

Como se soubesse onde se escondem os

traíras, os engodos, os sufocos do coração.

O amor desmata, desobstrui, desafoga,

desafunda, desembaralha.

Como um nasciturno rebento rasga todos frutos podres

que se escondem nas sombras dos dias,

faz os passos ficarem mais descabrestados,

menos loucos, menos bastardos,

mais robustos, mais abraçáveis, mais gostosos.

Bem mais gostosos.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 05/08/2012
Reeditado em 05/08/2012
Código do texto: T3814469
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