OXALÁ
Oxalá pudesse eu ainda ter ilusão e continuar
pensando ser amado da mesma forma
como demonstravas, nas noites de insônias dialogar com
a lua quando de seus costumeiros passeios.
Oxalá, pudesse em meios aos meus devaneios
sonhar estar beijando os lábios que a minha
maneira um dia julguei serem meus , assim como
acreditei que me amavas, mas que bobagem!
Oxalá pudesse ainda considerar que seu
perfume fosse só meu e ao completarmos,
sentisse saudade do cheiro oloroso do teu corpo
mesmo que estivesse colado ao meu...
Oxalá pudesse sentir a brisa tentando
falar comigo, como se sua intenção
fosse me transmitir algo semelhante
que no momento estivesse sentindo...
Oxalá pudesse prosseguir como o mesmo
pensamento que possuía um coração
de menino, que entre nós nunca seria construído
uma muralha embora o perigo de uma separação fosse iminente
Oxalá, o sentimento que partiu sem despedir
continuasse do mesmo tamanho que eu concebi, intangível
e repleto de paz, quisera nunca ter conhecido a dor
que hoje faz questão de morar comigo...
Oxalá nunca pudesse sentir o que hoje sinto,
é como viver na própria pele o que
as crianças se ressentem com os
castigos severos...
Oxalá esse grito não continuasse
entalado na garganta impedindo
minhas lágrimas, oxalá em minha vida
não fosse uma ave presa, que acostumou
a se alimentar com coisas rasteiras...
Oxalá não tivesse edificado meu
castelo de amor em um terreno
contendo só areia...