Segredos

Sob um céu sem estrelas

A folha pautada ainda vazia de palavras,

Doa-se ao silêncio das vozes pecando

No espaço, deixado pela penumbra,

A emoção de partilhar o verso plebeu!

Enfim, em alto e bom tom

Soa das molduras toda luz, todo jeito

De fazer da poesia um beijo, chamas,

Cruzando-se, transcendendo em misturas

Além do quarto da lua, hoje apenas nua!

Das juras constantes nas entrelinhas

Vem esta dor saltando em avessos,

Ritos de um poema desnudo no mais nobre

Dos sentimentos, na mais simples opereta

Escrita na idade dos homens!

Pelos ventos que movem os moinhos

Alço-me ao perdão da roda dos tempos

Trazendo de cada soneto uma história

Sem paradigmas ou dogmas de agonia!

Instituído pelos pulsares da noite

Acredito no amor como num todo,

Rasgando a madrugada por gestos celestiais,

Ou colhendo da aurora dos templos

Lágrimas que cantam o destino!

04/08/2012

Porto Alegre - RS