A NAMORADA QUE SONHEI

Seria livre tão livre que voaria

E pelas pradarias beberia

O vento com tua imagem

Em mil loucuras extravasaria

Este amor redentor, amor de alquimia.

E no que me metamorfosearia

Em um ser alado, e deslumbrado

Feliz da vida como se vivesse num remanso

Sorvendo das adegas centenárias o vinho

Que com este amor curou, descansou, virou um fado

Para no desespero da minha alma

Em planos diáfanos de síntese carismática

Cravejar-te com diamantes no mais profundo de ti

E sentir o verdadeiro sentido da felicidade

Em um doce amálgar de corpos, translúcidos como mágica.

Digo-te então querida, que todo o viver consiste

Em um sopro que deve ser aproveitado se dando

Sem esquizofrenia, não viver na periferia, mas no condado

É sentir-se trespassado por afiados gumes com candor

Extasiando, e por fim consumir-se, no amor que esta te dando

Quimera entusiasmada de cerzis, uma procela

Num mar gigante de profundo amor enclausurado

Uma tormenta devassadora, trazendo-me os píncaros de ti

E como um rufião pela noite com seu sapato branco

Beber a seiva do teu amor, escaldante e assim ficar curado.

Para tecer na maturidade, por que na mocidade fiz meu script

Quando sonhei imagens e fiz na mente orgias, e acreditei

Porem não sabia que o mundo uma história tinha para eu contar

Que seria que minha vida começaria, quando a tua entrasse na minha

E que eu sairia poeta louco a compor o amor e nunca mais parar

Que eu divague então pelos teus cabelos e ancas de almofadas

Que eu deslize por tuas curvas, que nunca terminam em nada

Apenas no profundo do meu peito te guardo e te tenho

Numa profusão de caricias com um sereno ameno

E te abraçar até a alma, sentindo-te por mim apaixonada.

Salvador, inverno 2012