Holocausto

Às margens de tua face orvalhada

Pelo rio de lágrimas que te inunda,

Meus dedos percorrem tua tez úmida

E evitam o transbordar da enxurrada.

Na foz que se forma há desejos sufocados

Por delírios transeuntes que ficam reprimidos

E que boiam num leito carente em que gritos

Navegam na esperança de encontrar o colo amado.

Vertentes do olhar sombrio chacinado pela dor

Lutam em busca de reverenciar o grande amor

Que se camufla sob as águas da nascente...

Tédio vaporoso inspira o crepitar da chama

E a paixão arde num coração que se inflama

Mergulhado no torvelinho de um fogo incandescente!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 04/08/2012
Código do texto: T3813704
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