LIVRE
Posso enumerar meus desejos
Aliás, não posso...
Dormem no fosso do imponderável...
Quase sempre os esqueço...
Sequer me importam, tropeços,
Deles vivo a me esquivar...
Nem sei por que inda os teço,
Deixo-me escravizar...
Aliás, sigo liberta
De suas garras, venenos...
Livre vou, no abandono...
Deles me furto, a sorrir
De não os ter, já me ufano.