FANTASIAS DE AMOR

Eu vi o sol se pondo atrás de uma montanha.

Pensei.

Agora o manto da noite vai chegar cobrindo tudo.

Me recolhi ao meu mundo.

A lareira acesa me trazia o tempo de volta.

O tempo que você chegava cansado da viagem.

Fiquei esperando sua volta por tantos anos.

Escureceu no meu mundo e eu aguardei a luz de seus olhos para tudo iluminar.

Os dias eram escaldantes e as noites frias. O vento assobiava e meu coração pulava. Pensava ser você chegando.

As travas das janelas se abriam com o vento.

As cortinas a se balançar me assustavam.

Eu o chamava e não vinha resposta.

Só os dias se amontoavam. Uns sobre os outros.

Certa manhã eu vi umas flores no jarro da mesa. Vi que havia um quadro novo dependurado na parede da sala.

Vi um par de botas marrons no pé da escada. Um casaco na cadeira.

Subi de dois em dois os degraus.

Chamei seu nome. Gritei, na verdade.

No banho você me respondeu:

-- Cheguei querida!

Abri a porta emocionada. O que lhe dizer depois de tanto tempo?

Corri para seus braços vestida como estava e a água a escorrer sobre minhas roupas me fez ver que estivera sonhando.

Eram fantasias, fantasias de amor...

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 14/02/2007
Reeditado em 02/04/2011
Código do texto: T381153
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