Paixão
A serpente que em tua alma mora
Não demora e no raiar da aurora
Com o olhar me hipnotiza
E tal um cego, embriagado
Eu me entrego.
No emaranhado deste amor que me chamusca
É este morno sentimento, que de morno
Não tem nada e vai fervendo
E as margens do meu corpo
São teus olhos que me olham
E me queimam.
E penetram em minha cabeça
Não permitem que eu te esqueça
E me obrigam a sorrir
Para que eu não entristeça
E dizem o que fazer o que usar,
E aonde ir.
Há. . .Sentimento louco que me tira
O poder da decisão
E transforma o concreto em abstrato
O sensato em completo alucinado
Que se perde nesta imensidão
De desejos insanos, no desvario desta louca paixão.