Navegante Poetar

Diante do pôr do sol, a nau, o poeta

E o caminho d’aguas dando guarida à poesia,

Que se faz no silêncio da grande pipa

Ganhado o ar, como o pássaro rompendo

O vento pelo canto do tênue anoitecer!

Guiado pela vivacidade da eleita ferida,

O leme da vida, à cada palavra que vem

Se desenrolando em francos murmúrios

Oriundos d’alma, levita como a luz navegar!

A noite, enfim, cai destemida,

E leva pelo olhar um pairar

Melancólico, singular ao gosto de mar

Emanado do corpo despido de carne,

Vestido em meandros... Luzes de purpurina!

Alimentado pelos mistérios do amor,

O barqueiro poeta solta-se, inventa-se

Em beijos na pele petalada sobre o leito

Branco da bruma, passeando sob a lua

Lá no céu, como pingente brindando a paixão!

Quando ilustrado o peito,

o sentimento é premiado por asas.

Para voar entre os poemas,

Entre as prosas da imensidão!

01/08/2012

Porto Alegre - RS