ABSTRATAS ELUCUBRAÇÕES.
Na vastidão de teu instante de deslumbramento
Ignore minhas inócuas e vazias elucubrações
Sensoriais e visualmente incólumes á penumbra
Mas sentindo a verve de tua constante efervescência
Sou abduzido pelo refúgio de tua litúrgica diversidade
Sem hesitar ante o burilamento dessa permeabilidade
Trafegando pelas demandas desconhecidas por mim
Talvez o adorno desse deslumbre passe pós-euforia
Como um quadro onde se jogue tinta aleatoriamente
E a imagem formada seja apenas uma abstração em si
Moldada pelas tonalidades de cada interpretação
Espero que não passe de uma celeuma passageira
Uma etapa em que queiras sentir novas sensações
Mas que se transfigure em algo em ti imutável
Para que não tenha que ir para o exílio meu querer
Nem desliar os elos formadores de nossa junção
E assim tornar tudo em algo sublinhar e amórfico
Talvez pelo célere desfecho de tal deslumbramento
E notando teu cinético comportamento interior
Fujo das algozes asas incrustadas nas incertezas
Mas sem desejar conhecer o outro lado de teu ser
Apenas compreender se ele se coaduna com o real
Sabedores que somos das dimensões sentimentais
Esse abismo vicinal a espreitar nossas vicissitudes
www.recantodasletras.com.br/autores/leilson