ABSTRATAS ELUCUBRAÇÕES.

Na vastidão de teu instante de deslumbramento

Ignore minhas inócuas e vazias elucubrações

Sensoriais e visualmente incólumes á penumbra

Mas sentindo a verve de tua constante efervescência

Sou abduzido pelo refúgio de tua litúrgica diversidade

Sem hesitar ante o burilamento dessa permeabilidade

Trafegando pelas demandas desconhecidas por mim

Talvez o adorno desse deslumbre passe pós-euforia

Como um quadro onde se jogue tinta aleatoriamente

E a imagem formada seja apenas uma abstração em si

Moldada pelas tonalidades de cada interpretação

Espero que não passe de uma celeuma passageira

Uma etapa em que queiras sentir novas sensações

Mas que se transfigure em algo em ti imutável

Para que não tenha que ir para o exílio meu querer

Nem desliar os elos formadores de nossa junção

E assim tornar tudo em algo sublinhar e amórfico

Talvez pelo célere desfecho de tal deslumbramento

E notando teu cinético comportamento interior

Fujo das algozes asas incrustadas nas incertezas

Mas sem desejar conhecer o outro lado de teu ser

Apenas compreender se ele se coaduna com o real

Sabedores que somos das dimensões sentimentais

Esse abismo vicinal a espreitar nossas vicissitudes

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 01/08/2012
Código do texto: T3808728
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