ACONCHEGO

Renuncio a tudo que é verdade

A tudo que de sonhar me afaste

Não há de ser falso todo contraste

Das minhas loucas liras e a realidade

Renuncio a tudo que é piedade

Até que toda minha fé desgaste

E se nenhum verso mais me baste

Eu grito a ti minhas vontades

Olho teu olhar, ele reflete

A cada verso lido, clarão de lua

E de tão feliz ele cintila

Assim inebriada quero ter-te

Sorver cada suspiro da alma tua

Porque a tua paz em mim exila