Triunfos do Amor, de Francesco Petrarca
Naquele dia estava a origem de prologanda dor;
Quando conheci o desespero do amor;
No trono hiperbóreo ao longo do firmamento azul,
entre as esplêndidas estrelas de Taurus ao sul.
O esposo da rainha de Mor separou
o que com suas preciosas sandálias adornou.
Insana lembrança, surgida no alvorecer;
meu desastroso amor, repare como o escarnecer,
Oprime meu sentimento, até receber um suave torpor,
permita um pouco de descanso em minha dilatada dor.
Assim de segurança e paz desprovido,
fui naquela caprichosa atadura envolvido.
Quem se alegra na vida curta, agonia longa obter,
de seus, os encantos não poderão ser.
No momento em que ciúmes, amor e inveja se delinearam,
meu coração por esses sentimentos se alimentaram.
Como pupilas febris que se alongam no espaço,
meus olhos estão fascinados com o feitiço mágico.
Pousado nas formas celestiais com ardente olhar,
habita o vislumbre do medo de tocar.
Encantados dias coloridos meus virão
porém aqueles que importunarem tua estampa
serão consignados na escuridão
Francesco Petrarca (1304-1374)
Historiador, erudito, primeiro dos grandes humanistas italianos do renascimento.