Deixa-me Dizer-te que te Amo...
Em homenagem ao dia de São Valentim e a Ti que apesar de todas as acunas e lágrimas que me impões eu gosto especialmente.
Deixa-me dizer-te que te amo assim
Como um ser que mora eternamente em mim
Uma lembrança sem tempo nem ocaso
Apenas parte integrante de mim e do que sou
Como lágrima ausente com perfume de sereia
Tal qual estrela que a noite beija enternecida
Donzela que aguarda na janela a serenata
Doçura de uma voz que queima os tempos de separação
Quando se aproxima e o choro vence sem razão
Porque o prazer ultrapassa a imensidão de toda a ilusão
Acariciando os pensamentos mais puros como o beijo de um luar
Que o olhar afaga na ternura de um carinho
Deixa-me lembrar-me de ti
Quando as horas passarem sem fim
E eu fechar a janela deixando correr as persianas
Para repousar na história escrita à média luz
Quando os corpos rolavam o tapete dos afectos
E os olhos eram o espelho do amor
Com que o calor unia os corpos sedentos de prazer
E ansiosos do toque e das carícias mútuas
Deixa-me acreditar que os sonhos não sao miragens
E que o deserto que atraveso sózinha é só uma dor
Que um dia afagarás com o calor dos teus braços
Dissipando as cicatrizes e a mágoa que hoje escrevo
Amparando uma jornada que dividi contigo
Lutando por um sonho do qual ainda gostava de ter esperança
Embora as rosas vermelhas tenham murchado
E as túlipas de mil cores estejam em terra estrangeira
Porque o tempo passou arrastando consigo descrença e desilusão
Sonhos de menina que se esfumaram como incenso de cheiro
Lançado ao ar para estimular os sentidos
Deixa-me chorar hoje toda a minha mágoa
Aliviar o peito de tudo aquilo que sinto perder
As histórias sem rosto que me envolveram
Os rostos que perdi para alguém ou para ninguém
Contos de personagens enigmáticas e difusas
Diferentes da simplicidade e do jeito natural de ser
Vidros opacos que toldam a luz e remetem para a escuridão
Como forma abenegada de sofrer em vão
Para jamais esquecer o frio da solidão
Deixa-me fazer-te pelo menos entender
Que os golpes sangrentos no coração machucam
Que a ampulheta do tempo escorre a areia lentamente
A música geme baixinho as notas musicais
E a caneta desliza sobre a folha de papel
Restando apenas a manta da saudade e dos sonhos
Os retalhos da crença e da resistente perseverança
É hora de chorar e desabafar sozinha
A injustiça de um destino que segue o mesmo caminho
Falhas atrozes para um coração ferido
Deixa-me encontrar um abrigo seguro para não mais sofrer
E simplesmente esquecer que um dia senti assim a impossibilidade
De uma realidade que ao alcance da mão se dissipou
Como uma balão que a criança deixa escapar
E que ruma aos céus para entregar aos anjos uma oração
Deixa-me oferecer-te estas linha escritas em sofrimento
E o resto de tudo o que desejava dar oferecido assim
Desta forma guarda tudo isso em Ti e em mim
Como prova de que existe ou existiu
Deixa-me não dizer tudo aquilo que a tristeza me obriga a calar