CONTRAPONTOS

o amor são os contrapontos

os inversos os signos trocados

ausente/presente

que só se resolvem

nos interditos

e nas permissividades

na contenção/explosão

no vôo na queda no tempo.

O tempo de um suspiro

é a eternidade!

O amor para contar-se entre a plausibilidade

da cópula como uma condição prosaica farsesca

e a existência insistente da poesia como língua atonal

própria aos amantes deve saber que amar

não é dimensão naturalista é magia falta de fôlego

enfisema pulmonar provocado pelos suspiros de espera

espera inquieta incontida um pico na veia

pra fazer correr moléculas de uma alegre insânia.

Ricardo S Reis
Enviado por Ricardo S Reis em 14/02/2007
Código do texto: T380609