Flor de Cactos

quando pequenina

caule tenro... terno...

mostrava-se forte

desde sempre.

mas não tão forte

a suportar a aridez à sua volta.

e era sêca a terra

e inclemente o sol

e pingos de chuva raros demais

água?... só para dentro

quando ela chorava

o seu deserto - e incharcava!

e ela cresceu...

e vestiu-se de proteção.

encheu-se de espinhos, então...

tinha que tomar uma providência, então!

mas há quem lhe tome pela mão

e leve-a a dançar... sonhar...

sem machucar-se

mas carece respeito...

carece zêlo...

ela não machuca por querer.

está cansada... apenas cansada.

e não muito acostumada

a afaguinhos sem a espera

do nada.

mas podes regá-la!

e enchê-la de mimos!

ela gosta sim... e precisa!

e te entregará ela muitas flores!

em meio aos espinhos todos!

lindas, lindas flores...!

basta cuidá-la... sem tantas perguntas...

e afagá-la... afagá-la...

e porá flor nos cabelos!

e as entregará a ti

flores... lindas e de diversas cores!

mas não "desarma-se"...

e não "despe-se" a ti...

isso nunca.

Karla Mello

30 de Julho de 2012

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 30/07/2012
Código do texto: T3804513
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