RÉ-POSSUÍDA

Tiraste-me

de dentro da incógnita

que meu Ser habitava

sem direito a alforria.

Devolveste-me

a ventura

de contemplar o sol

nessa hora tardia.

Deitaste-me

na relva fresca dos teus braços,

sublinhastes

meu ventre com tua língua de fogo,

Acalentastes

meu sonho, para que ele não acordasse,

e lavastes a minha fronte com água fresca e pura,

tentando que eu voltasse a viver

numa suave candura.

Fui possuída pelos teus desejos

e agora me entrego de joelhos,

sentindo esse delírio suave

envolver-me nas voragens

Da volúpia dos teus beijos.

Estás como o verdugo do tempo,

montado na garupa do vento

empunhando o teu troféu...

Ante a ti está

meu coração que se curva

pra redimir o que purga

nessa viagem ao céu.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 13/02/2007
Código do texto: T380301