Romanescos Sussurros

Atenuado pelo silêncio

E vestido de luz na fronteira do anoitecer,

Percebo das velas em chamas

O afago gentil, a nota sapiente

Deste celeiro semeador de poesia!

Construído entre o desejo e o caminhar

Das entrelinhas contidas no corpo,

Alio-me ao soar das sinetas dando melodia

As letras que se soltam do peito, das canduras,

Dos mistérios alocando-se na verve do sentir!

Em cada carícia um divagar

Flamando em frenesis etéreos, nostálgicos

Como um blues falando ao coração,

Ao romantismo do cenho umedecido

Por versos dissertados do olhar!

No porto amor,

O poema solidão alça sua âncora

Seguindo da geografia o relevo adocicado,

A fantasia do neon fazendo lisuras

Pela pele ecoando em lamentos... Divinos!

Instruído pela brisa vinda da janela,

Deixo-me levar pelo navegar das orações!

28/07/2012

Porto Alegre - RS