Desejo obter o linguajar
arrancado da emoção
como se arranca do peito
um coração
ainda palpitando,
de sangue latejante!
Desejo o cantar
da paixão avassaladora, louca,
recém-nascida!
E desejo o reboar dos trovões,
o ronco das tempestades,
o rugido das feras!
As onomatopéias todas!
Tudo isto para falar
do meu sentimento
que guardo,sem expressão,
porque o penso exangue,
porque o pretendo frágil,
porque o mantenho contido,
enquanto o retenho meu.