SAUDADE
Saudade que chega como se não fosse nada
Vem devagar invadindo tudo, com calma
Fazendo de um sentir já sentido, falta
Revirando as gavetas da memória, e agora?
Como não sentir a falta daquele amor
Que ficou na outrora? O abraço, o cheiro, o gosto, o beijo...
Como dizer não a essa saudade que chega
Trazendo a canção daquele amor que foi?
Essa saudade que não escolhe estação...
Seja inverno, verão, sem muitas delongas vem ao coração.
Que aprisione as emoções quem não quiser sentir saudade;
Feche o coração!
Mas feche sem deixar frestas, porque a saudade
É sentimento em brisa, entra em qualquer espaço.
Faça de concreto suas paredes; e não esqueça:
Do não olhar, do não sentir, do descaso...
Depois de paredes prontas, erguidas;
Saudade, longe de ti ficará.
Saudade não mais entrará em teu coração.
Tu serás coração vazio, sem o amor que ficou; só solidão!
E pela saudade nunca mais serás visitado!
Saudade que cura, e mata de saudade;
Saudade malvada, que maltrata e no faz forte...
Expõe o coração, alma, sem piedade!
Mas o que seria de nós sem o seu abraço apertado?
O que faríamos com o fantasma do amor ido
Se a saudade não ouvisse nosso lamento?
Acalentando-nos, acariciando nosso coração que chora?
Trazendo-nos o amor ido; por efêmeros momentos, eternos!
Saudade um sentir necessário para um novo renascer;
Para uma nova caminhada começarmos, com viver...
Edna Maria Pessoa
Natal-RN, quarta-feira, 09 de maio de 2012.