AMOR VORAZ
(SóCrates Di LimA)
Voraz é a vida,
Pra quem não ama,
É luta perdida,
Sozinho numa cama.
Voráz é o amor,
Que minha alma esbanja e derrama,
Em corpos fartos de perfume e flor,
Sobrepõe os corpos em lençóis e cama.
Voraz é o sentido,
De viver fremente,
Em caminho percorrido,
De um amor latente.
Voraz o desejo,
Que consome a saudade em flocos,
Na loucura santa do beijo,
No prazer da vida em blocos.
Voraz é a saudade,
Quando a distância não a esconde,
Rasga sem dor a verdade,
Que amar assim vai além da voz que responde.
Voraz é o meu amor por ela,
Que vence qualquer batalha,
E nos braços meus que são dela,
Nosso coração em pedra viva, talha.
Voraz o sentimento,
Que por Basilissa sinto,
Que me mantem aceso a todo momento,
Abrem as portas do meu labirinto.
E na voracidade de um querer prescrito,
Nas folhas brancas do silêncio do meu grito,
E nesse campo meu coração agito,
Voraz se faz este meu amor infinito.