Ama
Se quer da terra sair,
Para o paraíso subir;
Muita alegria sentir,
Que lhe faça sorrir;
Ama!
Se quer no mar navegar,
Sob o céu a trovejar;
Em um barco a balançar,
Sem porto pra ancorar:
Ama!
Se quer compor melodia,
Cantando a nostalgia,
Que há no findar do dia,
Quando a noite, principia:
Ama!
Se quer chorar de tristeza,
sentindo toda a rudeza,
de não ver, mais a beleza,
que existe na natureza:
Ama!
Quando assim, a esperança,
deixar sua alma mansa,
nesta vida que só causa;
ternamente, qual criança:
Ama!
Daize Dorça, 23/07/1980.