PORQUÊ ?
PORQUÊ ?
Assusta-me o seu modo de ser.
Alucinado fico com canto da sua voz.
Hipnotizado até a alma com os movimentos do seu corpo.
Boquiaberto com a sua nudez.
Porquê ?
Este modo de contorcionar o seu corpo
Embaraça dos meus pensamentos
Altera o meu modus vivendis
E me faz seu refém?
Porquê ?
Perco o senso do ridículo,
Esqueço os bons modos
Atropelo a compostura
Ao sentir o perfume do seu corpo
E o calor dos seus abraços?
Porquê ?
No seu cantar e no seu contorcionar
Leva-me não só às nuvens, mas aos paraísos.
Como se estar ao seu lado, não estivesse eu, em um deles?
Porquê ?
Não fosse seu modo de ser e de amar
Uma forma de externar o seu desejo incontido.
Que arrebata e bate firme como uma chibata
No encontro dos nossos corpos
Dignos de um espetáculo da mais elevada ribalta?
Porquê ?
Sei que não responderás.
Pois muitos seriam os motivos
E não saberias enumerar
Quantos e quantos
Por quês?
Romão Miranda Vidal.