A MENINA COLECIONADORA DE SOLIDÃO
A Menina Colecionadora de Solidão
Ela contava horas das madrugadas
Sentia cada milímetro do vento frio
Segundos amigos e vazios
Olhar perdido na calmaria do rio
Admirava uma gota de chuva
Que escorria na vidraça
E como que encantada em sua bolha
Ela nem notava que a vida mesmo assim passa
Do jardim ela era a flor mais bonita
Dos carinhos era desejo de sentir
Das ondas do mar a única que agita
Rabiscava sonhos em um pequeno papel
Deixando registrado tudo que sentia
Num piscar de olhos ela deixava o sorriso se vencer
Pela tristeza que lhe acolhia
Ela teclava todos os medos do amor
Desejava apenas uma lágrima na tela do computador
Como fosse um aviso talvez
Um backup dos bons momentos
Ou uma nuvem que lhe acolhesse com encanto e maciez
Mas no peito ainda uma dor
Um vazio que não sabe explicar
Mas entre montanhas com o sol ela não vê o amor
Ou não quer deixar ele se aproximar
Acostumou com aquela rotina
Num sonho puro de menina
Deixar o vazio povoar seu coração
Era uma menina que me parecia triste
E adorava colecionar solidão.
By Everson Russo
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