Desespero não poético.
Que faço para que acordes?
Que digo para que ouças?
Permaneces por tempo longo em tua escuridão.
Que faço,
dizes logo!
Que digo,
falas logo!
Tua alma seca!
Tal qual folha de outono
quebra-se sem amor.
Estás distante
do meu querer,
do meu sabor.
Não há em ti o sentido
de sentir-se amado
O calor de ser desejado.
Finda tua espera
De amor...
Fim da loucura de
Amar e sentir-se amado.
Paro meu caminhar
Perco em desordem
minhas lembranças de nós
Deixo contigo minha ausência
Carrego comigo
A falta de tua presença.
Alma sem ar,
Alma sem brilho,
Secas tal planta sem água
Tal vida sem luz.
Hoje finda em mim
por vez
o desejo de por ti lutar.
Parto de ti
Partes a mim
Em partículas
E sem esperar
Calo!
E sem querer
Por essas linhas
Falo!
Nas linhas não mais poética
Caminho na loucura
Do desespero de não mais ter-te
Em mim
De não mais viver por ti.