CLANDESTINO
Entreguei-me ao acaso de
minha condição de viver só
se o belo da vida desapareceu,
se nada mais encontro que possa
dizer com euforia, isto é meu...
Da alegria de um companhia
só resta na utopia das lembranças. Se
a tristeza toma conta de meus
pensamentos, ou mesmo de um sorriso
acanhado, tudo volta pra mim mesmo
não existe mais o reflexo desejado.
Não sei mais o que resulta um carinho,
uma conversa descontraída no
final da tarde, que bom seria.
Possivelmente continuaria aceso
o sentimento de nós dois, e
a vida teria sentido no agora
e nunca na saudade do depois..
Recostar em teu ombro
já esqueci no tempo as vezes
que tentei...e como relutei
em não querer sentir tua repulsa,
mesmo assim foram tantos
os desejos a reluzir esperanças...
Nossa história acabou,
saiu da memória,
ela foi arremessada em lugar
ermo, sem vida e esquecida assim
como eu, que vivo em meu abandono
solitário, e como gostaria de não
ser em tua vida um clandestino...