NA DESPEDIDA

Deverei portar

Um sorriso discreto

No olhar um disperso

Querer sem pedir

Haverei de guardar

O retrato secreto

Com os versos no verso

Que ganharei ao partir

Deverei suportar

A perene constância

Da alma que chora

Pela aberta ferida

Haverei de amar

Na serena distância

Do tempo, das horas

Da estrada comprida

Poderei lembrar

Dos tempos antigos

Que me faziam cativo

Da felicidade

Mas não vou estar

Mais vivendo contigo

Não terei motivo

Pra viver com vontade