Entalhes da Melancolia

O que era um deserto, de repente,

Abre-se num armagedom de rabiscos

Uníssonos, apreços encenados pelos

Pecados dos dias e os perdões do anoitecer!

Envolto pela falta de som emanando

Das nuvens, me deixo guiar com os ventos

Levando-me ao norte do verso seresteiro,

Sonhar pelo sentir, por uma lágrima pingente!

Do rasante voo dos cisnes

Até o divagar dos lábios, um mundo

Se perfaz num avesso de carícias

Reencontrados no cerne, no içar dos predicados,

Pelo gelo fino da geada, o vazio do alvo condão!

Ressaltando cada detalhe, entalhe

Da poesia nua sobre o colorido das palavras,

Um pássaro desabrocha da melancolia

Despertando uma canção, uma história

Que se deu nas páginas de um milagre!

Na areia ficou o anel,

O segredo, guardado no peito,

E o amor... Ah o amor!

Sempre na pele, sempre n’alma irmã!

20/07/2012

Porto Alegre - RS