Canção Desnuda
Instigante, como a luz
Incidindo das nuvens, final de tarde,
É palavra ecoando do azul bordado
Trazendo do horizonte a guia, a graça
Alcançada pelo verso sobre a folha!
No firmamento o rosto em silhueta,
A forma que brotou do imo, do hemisfério,
Lá, onde cada gota de cristal se faz magia,
Balcões jamais esquecidos pelo colibri!
Inconfesso desejo, ensejo, lendas,
Ou versículos circulando entre o céu e o inferno?
Pelo olor das quintas
Junto-me as milícias lutando pelo sentir,
Aquele, sagrado nos seios, no peito nu,
No picadeiro de seda e vis canduras!
Confesso sentimento, amor, alforria,
Ou uma saga transpirando pela pele desnuda?
Das chamas, pelas chamas
O cadente falar da metáfora, da prece, do sonho
Nunca adormecido no linguajar dos preitos,
Estreitos pelo laço idílico, navegante do sempre!
19/07/2012
Porto Alegre - RS