Até quando?

Uma pergunta insiste em me questionar:

Até quando?

Uma resposta persiste em se omitir:

Eu não sei...

Ainda que digam que reticências para nada servem

Só eu sei o sentido das minhas.

E enquanto assim o for eu serei reticente,

Insistente, resistente e com todos os “entes” possíveis

Ainda que para alguns incoerente,

Manifestarei aquilo que é inerente

À um coração de carne, que nunca esteve anestesiado, mas sente.

Sente coisas só que quem sofre na pele sabe.

Coisas com as quais eu nunca contava

Sequer imaginava, mas assim o foi

E foi mesmo!!

Foi embora, foi pra longe,

Distante, ausente,

E eu aqui reticente...

Até quando?

Eu não tenho as respostas e talvez nem as queira mesmo ter.

Tenho medo, sinto frio

O que era um lindo e calmo lago

Agora se revela um caudaloso rio.

O que era um lindo passeio de navio

Agora se revela o mais pavoroso desvario.

Minha nau naufragou

Meu sonho tão sonhado acordou

Na verdade eu nem sei se dormi

Só não queria estar aqui

Há águas por todos os lados

E eu não consigo avistar nenhuma ilha.

Valho-me dos cacos que sobraram

Tudo começou num Largo...

Se há um nome para uma santa ela se chama Ifigênia.

Se há algo para se tomar antes de atravessar o viaduto, é chá.

Se há um santo que testemunhe este feito seu nome é Paulo.

Eu posso ver um ônibus parando

Graciosos passos trazendo para perto

O meu certo mais incerto. Eu não podia adivinhar...

Eu ia passear, mas desisti. Havia curvas mais atraentes para vislumbrar

Havia um primeiro tudo para acontecer e eu me apaixonar.

Havia uma aventura para se viver, aproveitar

Mas sem saber, depois de tudo, havia um mar de lágrimas para chorar.

Até quando?...

É o que me resta: ...

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 19/07/2012
Reeditado em 19/03/2015
Código do texto: T3787218
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.