Até quando?
Uma pergunta insiste em me questionar:
Até quando?
Uma resposta persiste em se omitir:
Eu não sei...
Ainda que digam que reticências para nada servem
Só eu sei o sentido das minhas.
E enquanto assim o for eu serei reticente,
Insistente, resistente e com todos os “entes” possíveis
Ainda que para alguns incoerente,
Manifestarei aquilo que é inerente
À um coração de carne, que nunca esteve anestesiado, mas sente.
Sente coisas só que quem sofre na pele sabe.
Coisas com as quais eu nunca contava
Sequer imaginava, mas assim o foi
E foi mesmo!!
Foi embora, foi pra longe,
Distante, ausente,
E eu aqui reticente...
Até quando?
Eu não tenho as respostas e talvez nem as queira mesmo ter.
Tenho medo, sinto frio
O que era um lindo e calmo lago
Agora se revela um caudaloso rio.
O que era um lindo passeio de navio
Agora se revela o mais pavoroso desvario.
Minha nau naufragou
Meu sonho tão sonhado acordou
Na verdade eu nem sei se dormi
Só não queria estar aqui
Há águas por todos os lados
E eu não consigo avistar nenhuma ilha.
Valho-me dos cacos que sobraram
Tudo começou num Largo...
Se há um nome para uma santa ela se chama Ifigênia.
Se há algo para se tomar antes de atravessar o viaduto, é chá.
Se há um santo que testemunhe este feito seu nome é Paulo.
Eu posso ver um ônibus parando
Graciosos passos trazendo para perto
O meu certo mais incerto. Eu não podia adivinhar...
Eu ia passear, mas desisti. Havia curvas mais atraentes para vislumbrar
Havia um primeiro tudo para acontecer e eu me apaixonar.
Havia uma aventura para se viver, aproveitar
Mas sem saber, depois de tudo, havia um mar de lágrimas para chorar.
Até quando?...
É o que me resta: ...