= Segredo não quebrado =

Queres saber quem eu sou?

Eu nunca sou,

Eu sempre estou.

Pergunte ao vento que sussurra,

Às estrelas, à lua,

Ao sol que descamba no horizonte,

A noite com seu negrume,

O gaitear da cachoeira,

O mistério das matas.

Pergunte ao contador de histórias da praça,

Até mesmo à pequena flor da beira do caminho.

Pergunte aos deuses e aos diabos.

Não me pergunte quem eu sou

Eu nunca sou,

Eu sempre estou

Às vezes sou manjar perfeito

Outras vezes, a migalha do prato caído

Sou o sorriso, as lágrimas

Sou o talvez.

Faço-me humilde,

Atrevido, iluminado, até mesmo discriminado.

Sou o cristalino das águas do lago

Que agregam segredos,

Sou o lodo, sou o alagado.

Não me pergunte quem eu sou

Eu nunca sou,

Eu sempre estou.

Antônio Tavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 19/07/2012
Reeditado em 10/09/2012
Código do texto: T3785972
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