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À BEIRA DA ETERNIDADE
JB Xavier
Espelho-me nas sombras,
Impassíveis silenciosas, pacientes,
E sento-me à beira do caminho da ausência
Munido da paciência necessária à espera...
Sei que virás,embora não saiba quando...
Flui da ausência de ti este desmando
De te buscar para além das sombras,
De te aguardar para além de toda esperança,
De revolver mistérios, criando segredos
Que somente a ti revelarei...
E aqui, onde termina o horizonte,
Onde o tempo se estreita
Numa cascata tonitruante de agonias,
Onde a solidão ardilosamente espreita
O revoar dos novos dias,
Aqui ficarei, até que surjas das brumas nevoentas
Neste retorno há tanto aguardado...
Aqui estou, sentado, num fátuo arremedo de certezas,
No veludo visceral de áspera ansiedade,
Neste alegre sofrimento, nesta doce amargura
Nesta benfazeja dor, nesta maravilhosa angústia
Que me renasce enquanto me aniquila...
Diante de mim, o fim desfila
À simples possibilidade de tua aparição...
Mas virás, eu sei, e ao meu redor
Dançam as sombras das manhãs passadas,
De teu murmúrio bebendo a madrugada
Enquanto dedilhavas a harpa de minhas harmonias....
Virás! Porque não se morre uma segunda vez!
Virás transformar esta pequenez
Na qual sem ti me transformei...
Virás sorrindo, iluminada, entre trombetas, num retorno triunfal!
Expulsando as sombras, a angústia e a dor,
E em teus lábios depositarei
O beijo que jamais te dei,
E para todo o sempre será meu o teu amor...
* * *
ON THE VERGE OF ETERNITY
JB Xavier
Mirror me in the shadows,
Impassive, silent, patient,
And I sit by the wayside of the absence
With the necessary patience to wait...
I know you shall come, but do not know when ...
Flows from the absence of you this insanity
To seek for you beyond the shadows
Waiting for you beyond all hope,
Revolving mysteries, creating secrets
That I shall reveal only to you...
And here, where the horizon ends,
Where time becomes
A thundering cascade of agony,
Where loneliness cunningly lurks
The flying of new days
I'll be here until you emerge of the foggy mist
In this return for so long awaited...
Here I am, sitting in a fatuous pretense of certainty,
In the viscera velvet of a rough anxiety,
In this joyful suffering, in this sweet torment
In these happy pains, in these lethal anguishes
That recreates myself while kills me...
Before me, the ends to file
At the mere possibility of your appearance...
But you shall go, I know, and around me
Dance the shadows of the past mornings,
Of you, drinking the night
While finger the harp of my harmonies...
You shall come! Because it is impossible to die twice!
And will transform this smallness
In which I become without you...
You will come smiling, illuminated, between trumpets, in a triumphant return!
Extruding the shadows, the anguish and pain,
And in your lips I will put
The kiss I ever gave you,
And forever your love will be mine...
* * *
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À BEIRA DA ETERNIDADE
JB Xavier
Espelho-me nas sombras,
Impassíveis silenciosas, pacientes,
E sento-me à beira do caminho da ausência
Munido da paciência necessária à espera...
Sei que virás,embora não saiba quando...
Flui da ausência de ti este desmando
De te buscar para além das sombras,
De te aguardar para além de toda esperança,
De revolver mistérios, criando segredos
Que somente a ti revelarei...
E aqui, onde termina o horizonte,
Onde o tempo se estreita
Numa cascata tonitruante de agonias,
Onde a solidão ardilosamente espreita
O revoar dos novos dias,
Aqui ficarei, até que surjas das brumas nevoentas
Neste retorno há tanto aguardado...
Aqui estou, sentado, num fátuo arremedo de certezas,
No veludo visceral de áspera ansiedade,
Neste alegre sofrimento, nesta doce amargura
Nesta benfazeja dor, nesta maravilhosa angústia
Que me renasce enquanto me aniquila...
Diante de mim, o fim desfila
À simples possibilidade de tua aparição...
Mas virás, eu sei, e ao meu redor
Dançam as sombras das manhãs passadas,
De teu murmúrio bebendo a madrugada
Enquanto dedilhavas a harpa de minhas harmonias....
Virás! Porque não se morre uma segunda vez!
Virás transformar esta pequenez
Na qual sem ti me transformei...
Virás sorrindo, iluminada, entre trombetas, num retorno triunfal!
Expulsando as sombras, a angústia e a dor,
E em teus lábios depositarei
O beijo que jamais te dei,
E para todo o sempre será meu o teu amor...
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ON THE VERGE OF ETERNITY
JB Xavier
Mirror me in the shadows,
Impassive, silent, patient,
And I sit by the wayside of the absence
With the necessary patience to wait...
I know you shall come, but do not know when ...
Flows from the absence of you this insanity
To seek for you beyond the shadows
Waiting for you beyond all hope,
Revolving mysteries, creating secrets
That I shall reveal only to you...
And here, where the horizon ends,
Where time becomes
A thundering cascade of agony,
Where loneliness cunningly lurks
The flying of new days
I'll be here until you emerge of the foggy mist
In this return for so long awaited...
Here I am, sitting in a fatuous pretense of certainty,
In the viscera velvet of a rough anxiety,
In this joyful suffering, in this sweet torment
In these happy pains, in these lethal anguishes
That recreates myself while kills me...
Before me, the ends to file
At the mere possibility of your appearance...
But you shall go, I know, and around me
Dance the shadows of the past mornings,
Of you, drinking the night
While finger the harp of my harmonies...
You shall come! Because it is impossible to die twice!
And will transform this smallness
In which I become without you...
You will come smiling, illuminated, between trumpets, in a triumphant return!
Extruding the shadows, the anguish and pain,
And in your lips I will put
The kiss I ever gave you,
And forever your love will be mine...
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