ONDE A SAUDADE NÃO MORA
(SóCrates Di LimA)
A saudade é um laço,
Que enlaça e não aperta,
É o elo e o abraço,,
No coração do Eu poeta.
Saudade é sentinela,
Que desperta o amor distante,
É luz do luar na minha janela,
Com ares de amante.
A saudade se revela,
Nas vinte e quatro horas do dia,
Trazendo a presença dela,
Na ausência alegria.
A saudade é no verso da poesia,
Palavras que o coração entoa,
Vozes mudas da alma em euforia,
Que só se acalma quando a tristeza voa.
Saudade é a solidão do amor,
Que se faz distante do corpo e do prazer,
É navalha que rasga sem temor,
De sangrar o peito até morrer.
E esta saudade me pega,
E me conduz á vala da trincheira,
Onde na trégua espera na visão cega,
A chegada dela trazendo sua bandeira.
Basilissa é a minha contínua saudade,
Cântico silencioso do rouxinol,
Que na janela com ansiedade,
Espera ser tocado com o raio do Sol.
Mas, pra nossa felicidade,
Está próximo o momento de ir embora,
Esta danada da saudade,
Porque Basilissa me espera ali do lado de fora.
É aonde está toda a nossa alegria,
No encontro do amor que comemora,
A união enlaçada na realidade e na poesia,
Na doce companhia, onde a saudade não mora.
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