Entranhas e sentimentos imoderados.

Taciturna madrugada, sentimentos notívagos.

A mim, tantas bocas são ofertadas, tantos corpos me são dados.

Mas, somente em seu corpo metafísico meu anseio reside.

De um olhar fantasista, desbravo minhas entranhas embasadas em esperanças.

Caio dentro desse vazio que você deixou. Perdoe-me, do seu lado sou criança,

Mãos cândidas a buscar por seu amor.

Nessa dicotomia astronômica, eu sou a metade escura que se assombra,

Por causa da sua presença incandescente que, infelizmente, você me privou.

Pois, seu semblante angelical comungado com sua força máscula sobre mim

Arrancou-me um gozo visceral da menina-fera, a paradoxal.

Aqui, nessa selva interior, para desenfurecer meus desejos e docilizar sua ausência,

Atento-me ao que vivi não ao que me sobrou.

Eliane Vale
Enviado por Eliane Vale em 18/07/2012
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