Innamourata

Eis que invoco,vós ó trombetas d'Aurora,

despertai então o louro Febo,para que dissipe os brumosos suspiros que sem dó desfiguram-me o semblante.

Oh Febo,astro rei da imensidão estelar anuncia tua chegada,

iluminando meu desterro para buscar meu amor.

Castos rubores hão de tingir-te as faces,

quando confessar a paixão que me devora.

A pele branca,os olhos negros

olhos de poço,lá no fundo uma sombra viceja,crepitam tremulando chamas luzidias,

tal qual moedas enfeitiçadas numa fonte.

Sou eu? É o meu nome que chamas em teus sonhos?

Minha voz é a última que querem ouvir,é o perfume dos meus cabelos que queres reter,

para que não mais se perca na vastidão dos teus devaneios perdidos.

Oh doce amor juvenil,

fantasia doirada de madrugadas insones.

Raio de luar prateando a escuridão,

minha benção,meu ar.

A ti,que és o próprio céu,

o paraíso rútilo onde deslizam minhas negras asas.

Um beijo teu,um beijo roubado,

é pecado,é vertigem.

Tocar seu corpo é ritual,

eu,sacerdotisa dos prazeres.

Venha então;ó principe da luz,

salvar minh'alma.