Quando eu paro pra falar de amor...

Quando eu paro pra falar de amor,

Ou melhor, quando eu me disponho a escrever sobre o amor

Sinto minhas artérias poéticas latejarem.

Não que eu seja diferente, ou até seja mesmo.

Não me importo, porém com essa possível diferença,

Aliás, viva a diferença que por uma deferência

Faz de mim uma rara referência.

Os poetas estariam em decadência?

Com certeza, jamais em extinção, mas não tão comuns.

A correria, o estresse, a agitação...

Coisa não rara em alguns,

Mas na maioria da população,

Uma apropriação indébita de bens preciosos como a meditação.

Por isso, quando eu paro pra falar de amor

Não admito um momento banal,

Mas um êxtase sentimental

Onde desligar os fios da matéria é facto real;

Urge uma necessidade de se mergulhar no emocional.

Falar de amor...

É se permitir arrebatar,

Quiçá ser abduzido por algo desconhecido,

Porque por mais que tentem o amor jamais será um mero conhecido.

Seus mistérios, sem critérios

Trazem a cada um uma particularidade,

Uma inexplicável individualidade

Multifacial mas sem perder o essencial:

A essência do frescor de sensações

Que nos arremetem a recordações

Nostalgia, letargia,

Coisas que não se sentem a toda hora nem todo dia

Frenesi, sem hora marcada

Aqui ou ali, um parêntese numa frase não grafada.

Divagações, ebriedade do coração,

Morbidez, languidez.

Eu poderia, mas jamais conseguiria num único poema

Dizer tudo de uma só vez.

Fonte que emana, nunca seca, nunca esgota

Oração que se declama, disseca, música de múltiplas notas.

Quando eu paro pra falar de amor...

Eu não quero parar, mas um novo poema sempre haverá.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 18/07/2012
Código do texto: T3783864
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