FLOR DO ADEUS

“FLOR DO ADEUS”

A flor do Adeus,

Chegou este ano mais cedo

Calorosa, sem afrescos,

Mostrando-se nova.

A flor do Adeus,

Pariu o mundo em convulsões,

Explosões tão determinadas,

Munidas de armas,

Como a dor da canção

A flor do Adeus,

Venceu o melhor dos sonhos

E o amanhecer da razão,

No existir de não se partir.

O amor vilarejo,

Que se reedita...

...E que não via

Diria que a morte se tinha

E que me vinha

Da vinha,

Em que se adoça a visão.

Decora as tintas,

Dos arco-íris

E se atocaia,

A paixão!

A flor do Adeus,

É de uma espera compartilhada

Feito uma menina

Que é bela e frondosa

Pelos beijos e pelos gestos,

De quem a recolha primeiro.

A flor do Adeus,

E de seus vícios

Jamais intuíram ao mundo

Que um holocausto fosse justo

E que seus partícipes

E seus príncipes,

Continha-se em sepulcros.

A flor do Adeus,

Em antecipar meu coração,

Meus rejeitos,

Meus despeitos,

Meus destinos,

Esvaziou-se por sua ação.

Flor de Adeus,

De enfrentamentos,

De desrespeitos,

De eternos beijos,

Para que eternamente,

Perpetuem que de sua mão

Estenda-se e se prove do perdão,

Dos que não se consolam,

Para viverem do não.

Estarei à sua espera

Como quem ama;

Como quem mancha a alma

Nas penúrias dos choros

Chorados em contramão,

Ao coração que se deplora

Na dor de si mesmo,

De um berço,

Destruído pela razão.

A aclamação,

Como quem se imagina,

Vive as conquistas,

Das camas que se reclama

E que se lança,

À peregrinação.

Flor do Adeus,

Eu assim te viverei

Assim, como me amou,

Eu te amarei!

Mesmo que ungido pelo desencontro,

Pelo dissabor dos amantes

Que morrem loucos

E pelos mares torpes

Mesmo antes,

Em meio aos sonhos,

Teriam imagens mais insólitas

Que não te querer?

Pálidas como as dálias mortas

Que recobrem as costas

De um tempo que se retoca

Com o amor de quem se gosta,

E que se afoga.

Que refoga de provas;

Que evoca as sobras

Em que a flor madura,

Nunca quererá as sombras puras

Em que se sepulta,

As fugas,

Como o é,

O fim das rusgas,

De quem se queira esquecer.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 17/07/2012
Código do texto: T3782904
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