NOSSO QUERIDO AMOR

"O tempo pobre, o poeta pobre

fundem-se no mesmo impasse"

(Drummond)

Eu, que quisera outro dia teu sobrenome

Sou desprezado por não ter “coisas”

Que para mim são supérfluas

Mas prá você parece o tudo.

A tristeza na angustia me consome

Enquanto de risos vivi teu circo.

Apanho por medíocre tua alegria

Nem dá prá imaginar que estás feliz.

Daí é que eu descubro

Na irrelevância da minha dor – por ti

Que nesta história apenas um – eu

Amou de verdadeiro amor.

É lógico que o amor não passa...

Quer dizer, não passa de jeito algum

E não rir nas lágrimas que ficou

Lá naquele rosto que abandonou...

Mas, “é a vida!” A vida e as contradições

Que nos levam a descrer na “sorte”

Esta coisa que inventaram aos tolos.

Mas eu, descrente de tudo, e até de ti,

Confesso que acreditei, sinceramente,

Que fosse feito de eterno nosso querido amor.

Agnaldo Tavares o Poeta
Enviado por Agnaldo Tavares o Poeta em 16/07/2012
Reeditado em 16/07/2012
Código do texto: T3781816
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