ARTE de UMA REVOLTA
Chovem estrelas no meu jardim e nos parágrafos vazios da lei
meus últimos momentos são apoteoses fúnebres
sem pomba branca pousada na cruz das memórias
chovem estrelas nos viadutos vestidos com a arte de uma revolta
que espalha cadáveres alegres no chão
Eu quero tanto falar do amor quero tanto
meu coração é uma brasa estalando melodias
e só o corvo ganha os ares pelos versos meus
eu quero tanto falar do amor você é o significado
do Bem e do Mal que mataram minha alma no duelo das ferocidades
Vago vândalo vasculhando valas e vagões
viagem ao som dos violões cibernéticos
vítima e vilão vagabundo no estágio final da morte anunciada
quando vencer é santo
qualquer que seja a conclusão e o pedido
Eu quero outra porta porque preciso de novas verdades para escutar
bêbados os convidados e os ladrões
quando Cartago apagou até as ruínas
perdida a poesia ao caírem os elefantes
e mesmo assim cambaleio - a estrada leva ao precipício
Sangrei demais para dizer Amém,
as botas de neon da alma negra
provam: é no silêncio que o amor é intenso,
eu quero você, quero você e quero tanto,
meu desejo é o som da fúria que é saudade da única mulher,
encontrado no ventre aberto em pleno amor
o que é sagrado porque a mudez é imperiosa
Procuro o velho da caverna onde há respostas
sei que a posição das estrelas muda o jogo
no alforje a verdade enlatada não diz o que espero
mas do Oriente aprende-se a venerar apenas o que resolve