POR NÓS
POR NÓS
Estranho que, pelo que fomos,
Nos escondemos por trás da timidez
Enquanto a alma, sufocada, grita
em desespero.
Estranho que, pelo que ainda nos queremos
Não temos coragem./
Abafamos entre palavras ocas,
toscas, perdidas, opacas.
Não nos olhamos. Medo.
Medo do que diz os olhos.
Medo de que de um momento audaz
Jogarmos tudo fora
E o pouco tornar-se nada
E nós dois, só nós dois, nunca mais.