Pequenas Gotas de Orvalho...
Como pequenas gotas de orvalho
Que às vezes brilham: são diamantes,
Outras vezes apenas molham
Como salpicos de chuva
Em dia de Inverno frio,
Assim são os meus poemas.
- Agora, estes, tão pequenos,
Como o brilho que há em mim...
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REFLEXÕES DE UMA ALMA CANSADA:
Tu nunca me amaste como eu te amei...
- Mas também nunca sentiste
A intensa Felicidade
De quem ama de Verdade
E deixa como eu deixei
Guardado lá dentro em mim
No âmago do coração
Tudo aquilo que o tempo
Tenta apagar com o Vento,
Pois a tudo conservei!...
E é por esta razão
Que consigo, estando a sós,
Lembrar-te... Sem ficar triste...
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Tuas palavras foram ditas ao vento
E tuas juras para longe...
As minhas, mesmo ao relento,
Como as preces de um monge
Seguindo horário canônico,
Sempre foram repetidas
E em cada momento vividas
Pois foram marcadas com fogo
No coração!... Não foi jogo!
Tu foste a mim hegemônico
E por ti é que vivi...
- E queres ainda que eu finja
Que por ti nada senti!...
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Tiveste um diamante puro e sem jaça ao teu dispor...
Não o reconheceste como tal?...
Que pena!...
Preferiste o strass banal,
Comum e muito sagaz
Que te encanta com seu brilho
Pela sua quantidade
(Embora vulgar... E falso!...)
...Pois um monte de pedrinhas
Substitui a jóia única!...
Mas quando o espelho
Que faz as pedras brilharem,
E se coloca atrás delas
Se soltar,
Estas perderão seu brilho
Embora sejam hoje bem mais
Do que um único diamante!...
Então, não chores,
Nem tentes colar o fugaz:
- Eu ainda estarei aqui
A te esperar...
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Não me procures onde não estou!
Não é nos Salões que vais me achar!
Procura-me entre os pobres da tua rua:
Ali tu vais me encontrar...
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O que machuca a alma de uma mulher
Não é o abandono:
É o olhar do Amado
Quando por ela se torna indiferente...
Pois o que me entristece
Não é o fato de que não me queiras.
O que me entristece
É quando passas teu olhar por mim
E finges que não me vês...
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O que faz brotar lágrimas dos meus olhos
Não é o fato de que estás com outra mulher:
É não te lembrares
Que um dia me conheceste...
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Quando uma mulher chora por Amor
Não são lágrimas que brotam de seus olhos:
- Ela se faz ostra
E verte pérolas...
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Eu te disse um dia que te amava
E que te amaria sempre.
Por que não acreditaste?!...
- E com tudo isso ainda queres que eu sorria?
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Posso estar aqui hoje. Amanhã ali.
Depois... Longe, acolá!...
- Mas certamente estarás comigo
Aonde quer que eu vá...
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Quantas desculpas para dizer que não me queres!!
Quantos subterfúgios!!...
Procrastinações!...
Não te deste conta que tudo isso
Só me faz sorrir tristemente
Para esconder a lágrima teimosa
E me dói ainda muito mais?...
Não precisas fazer nada disso:
- Apenas vira as costas!... E vai!...
Eu continuarei sorrindo...
Tu não verás
Mas em cada sorriso meu há tanta dor!...
Mas nunca vou chorar na tua frente
Porque se eu chorasse
A dor seria tanta
Que nem tu mesmo
Irias suportar...
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Ser feliz!... Ás vezes já nem sei mais o que é isso...
Eu hoje sou apenas
Um Réquiem
Feito de “ais”...
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Há muito tempo
Havia um pé de Acácia Mimosa
Em flor...
Debaixo dele havia um banco de madeira, muito tosco.
- E tanto Amor!...
Um casal apaixonado
Ali trocava beijos furtivos,
Rápidos, medrosos,
Olhando para os lados
Para ninguém ver...
E fazia juras de Amor!...
- Ah! Quantas juras!...
Mas um dia foi serrada a árvore
Por pérfida mão
E todo seu encanto foi levado ao fogo
E virou carvão...
Dos beijos ficaram as lembranças...
E a pureza inocente
Daquele Amor que nasceu:
- O primeiro!...
Um Amor como já não se conhece
E que jamais morreu...
- E mesmo assim tu queres que eu sorria
Sem que uma pérola escape dos meus olhos?!...
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Cada sorriso meu
Esconde uma lágrima sentida
E cada suspiro
A lembrança de um beijo...
Por trás de cada riso uma saudade!
- E esta louca vontade
De te ver...
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O AMOR É...
O Amor
É este senhor idoso
Que me acompanha...
Não me deixa em Paz!
- E tanto me aporrinha*...
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- Precisas de muletas para caminhar?
Eu não.
Eu preciso de um Anjo
Para me inspirar...
E, banhada na Esperança e sendo ela,
Nunca mais chorar...
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• Nota - Aporrinha: incomoda...