Esperança Virtual
De tua boca pressinto o desvairado fel
Que tuas palavras exprimem com amargura,
O sonho quando desfeito provoca desventura
E uma angústia que não há ressonância no pincel.
Dissabores daninhos atrofiam teu âmago enfraquecido
E te fazem perambular descalço por veredas solitárias,
Nas noites procuras contatos em redes comunitárias,
Pois na sociedade virtual talvez consigas algum amigo.
Somam-se às tuas tristezas desejos camuflados
Por uma destemperada volúpia e viço esmagados
Pela solidão ingrata que te machuca o peito...
Sozinho teclando em busca de um ombro e abrigo
Encontras finalmente alguém que se afina contigo
E então nasce a esperança do devaneio perfeito!