= Não me vista de branco =
Não me vista de branco
Anjo, jamais serei
Dar-te-ei o melhor amor existente
Por favor, não me atente
Sou brasa incandescente em cinzas escondida.
Terás de mim, mil beijos
Com sabor e formas variadas
Serão beijos
Que desejaram a ti
Um bom dia!
Outros que lhe acompanharão por onde quer que vá.
Beijos no rosto
Beijos que pelo teu corpo farão rastros
Beijos na testa
Beijinhos que acalmam
Beijos impregnados de juras eternas
Mesmo assim
Não me vista de branco
Anjo jamais serei.
Terás aquele beijos molhados
Que de tão demorados
Serão profanos.
Levar-te-ei ao calor do inferno
Sentirás o coração e a alma
Esparramados pela pele.
No ápice do momento
Ouvirei, bem mais que o teu gemido
Muitos gritos, que pediram
Mais e mais!
Não me vista de branco
Anjo jamais serei.
Realizados os teus desejos
Você em meu colo deitada
Num sono profundo
de mulher que acaba de ser amada.
Eu, na dormência de santo e profano
Adormecerei como um anjo
Mas mesmo assim, por favor,
Não me vista de branco
Anjo, jamais serei.
Tonho Tavares