DO VINHO AO VINAGRE

Vivi vida tão linda nas alturas

Viajei em brancas nuvens, ventos brandos

Seria feliz não sei aonde nem sei quando

Seria normal, até banal e de alma pura

Sonhei navegar em águas claras e suas curvas

Pois sei que não existe sonho alado

E somente me deixaria lado a lado

Com o amor, se não houvesse águas turvas

Pisei sobre carvão incandescente

E pedras pontiagudas do caminho

Mas andei sonhando, andei sozinho

Levando os meus sonhos adolescentes

Mas vieram ventos fortes e poeira

Desviou-me do caminho rumo ao céu

Projetou-me estrada a fora rumo ao léu

Acabou-se a vida linda por inteira

Vivi vida tão linda a procura

De ser feliz

De ter raiz

Mas raiz não se finca nas alturas