O MAR É COMO O AMOR.
Quando olho para o mar,
Poderoso, arrojado e quase invencível,
Vem-me a lembrança do amor,
Que também é corajoso, impassivo,
Encara o que for sem nenhum pudor.
O amor é um ser tão forte, imponderado,
Capaz de vencer a morte, o mau fado,
A ponto de nosso ser transformar,
Assim como o impetuoso mar.
Em sua estrondosa bravura,
Engole tudo como insignificantes criaturas,
E em seu esplendor, nada é mais belo,
Quando calmo tão singelo,
Chega a hipnotizar,
a quem na observação deixar-se fascinar.
O imenso lençol azul, a imitação do celeste,
Embriagando nos sonhos que se veste,
Assim o amor o misterioso amor,
Do coração dos poetas grande inspirador.
Porem tal qual o amor, o mar tem,
Em suas ondas que vão e vem,
Momentos de intempestuosa fúria,
Pondo a deriva tantas lamurias,
É bem assim o amor,
Bravo, insano e resistente,
Uma inquebrável corrente,
Só ele é capaz de prender um coração,
Que se lança em uma paixão,
A ponto de se entregar completamente.
Sem entender, razão e porquê,
O mar nas marolas espumantes,
Que a todo instante,
Formam-se quebradas pelo vento,
Vêem-me então ao pensamento,
O surpreendente amor.
Que como o mar espreita,
Sem alarmar suspeitas,
Alguém pra tomar-lhe o ser,
A tal modo corpo e alma,
Venham dele se valer,
Quer entenda ou não,
Plausível explicação,
Seja da forma que for,
O verdadeiro sentido do amor.
Cosme B Araujo.
12/07/2012.